Lávínia e a Árvore dos Tempos #Resenha

Editora: Independente
Autor: Lucinei M. Campos
Páginas: 236
Ano:2014
Leia a sinopse no Skoob

[Nota Pessoal]

Oi pessoal, esse livro foi uma cortesia do autor, e quero agradecê-lo pois já queria ler o livro faz tempo. E foi uma leitura muito prazerosa.
Assim que fui conhecendo Lavínia eu me identifiquei imediatamente. Uma menina de nove, quase dez anos. Acho que todos nós já passamos algum tipo de bullying na infância né. Não vou dizer que sofri horrores, mas tive meus momentos, mas fui uma dessas que costumava se isolar. Pois, é, Lavínia se isola dos "colegas" que na verdade não são colegas, e sofre muito com as zoações dos grupinhos de "marrentinhas", "valentões" e por aí vai. Acho que a proximidade com o leitor começa aí, quando ficamos a favor de Lavínia.
Ela é introspectiva, quieta, mas tem um bom amigo! O Léo, que as vezes me deu uma vontade de fechar a matraca dele pois ele fala pelos cotovelos hahaha. Mas é um bom menino, espontâneo e verdadeiro. 

"- Não! O nome fada nesta língua estranha faz parecer isso, mas não é! E isso tem tanta diferença assim, diacho! A grande questão é que serei responsável por você durante todo este ano!"

A vida dela parece bem comum mesmo. Mas só parece. Do outro lado, mudando completamente o cenário comum, temos no Conselho do Castelo Poente um julgamento, o réu, uma fada, mas uma fada homem, e ela definitivamente não é nada comum, um sujeito marrento, irônico, e até mau. É uma fada que cometeu crimes horríveis. Confesso que eu me apaixonei por Laus, mesmo ele sendo mau, sarcástico, frio e irritante. Pois é, mas Laus só tem uma maneira de escapar da Prisão do Tártaro: sendo o protetor de uma humana, a espécie que ele abomina. Mas sem opções, ele aceita, e agora é a fada de Lavínia que de uma maneira é muito especial e importante (e não é uma tarefa fácil para ele). Só que ele não pôde assumir sua forma original nem nome, daí virou Lorivaldo, vestido tipicamente como um nordestino, baixinho, feio e cabeçudo. E ainda fala com sotaque! Pessoal, foi uma parte muito legal do livro. Aliás, o autor nos trouxe momentos muito interessantes e engraçados com essa fada homem, que parece não se dar bem de jeito nenhum com sua faduária. E sua varinha também se transformou em uma peixeira! Hahaha isso mesmo! Veio a fantasia completa rs.

"Talvez tenha sido a primeira e única vez em que sorria, já que depois, seu rosto pareceu meio contraído, como se tivesse tido uma paralisia na face. Ele também não estava acostumado com isso. Era um fato."

Ao longo da história vamos acompanhando as tentativas inúteis de Lavínia por se aproximar da sua fada, além de aparecer muitos seres mágicos, alguns deles nada bons.

Notei que tudo foi feito com muito carinho e dedicação, você pode perceber isso lendo o livro, os detalhes dos seres mágicos, a utilização do nosso folclore, foi tudo muito bem escrito e desenvolvido, resultando numa história mágica de verdade. Que não vai só conquistar as crianças e adolescente mas nós adultos também! A mensagem que o livro passa é muito bonita. E eu fiquei muito entusiasmada com uma das coisas que Lucinei colocou no livro, que é uma Assombra. Eu pelo menos nunca li a respeito em outro livro, pelo menos com a mesma função que essa, muito criativo, e se ela existir mesmo eu vou querer! Hahaha.

- O que é isto?
- O que mais tem capa, título e folhas dentro, aqui no seu mundo? Isto é um livro! As regras para se ter uma fada, Mente Brilhante! O Guia do Faduário."

Querem descobrir o que é uma Assombra? Querem saber se Lorivaldo vai realmente seguir sua sentença ou estragar tudo correndo o risco de ir para a prisão do Tártaro por seus crimes? Leiam Lavínia e a Árvore dos Tempos! Mas posso adiantar que vai rolar muita aventura, e um segredo que envolve a pequena Lavínia. E a Árvore dos Tempos, claro.
Não preciso nem dizer que o trabalho editorial está incrível, já dá pra se notar pela capa. As páginas, diagramação e revisão. Tudo muito bonito.
Eu tenho certeza que vocês irão se apaixonar por essa história. Ela nos leva diretamente para sua essência mágica. Voltei a ser criança, e confesso que adorei!