Entrevista com Juliana Daglio


Oi Juliana, estou muito contente de poder fazer minhas perguntas pra você e pra personagem Vanessa, isso mesmo galera! É a primeira vez que nós do Clube entrevistamos um personagem, e fico feliz de que seja desse lindo livro. Vamos lá então...


Juliana:
Oi, Sabrina! Estou muito feliz em estar aqui de volta, e espero fazer um bom trabalho com a entrevista.

A Vanessa está aqui do meu lado, um pouco brava por que eu a intimei a responder umas perguntas... Você sabe, ela não costuma ser muito simpática, mas prometeu que vai se esforçar.


CdL: Bem Ju, sabemos que Uma canção para a libélula é um livro que aborda um tema muito delicado que é a depressão e infelizmente tem ocorrido com muitas pessoas hoje em dia. E é inevitável perguntar nessa entrevista como surgiu a ideia do livro?

Juliana: Bom... Primeiramente eu tive um sonho muito perturbador. Sonhei que estava trancada em uma casa, e que eu não poderia sair de lá, ou pessoas me machucariam. No entanto, havia um moço, misterioso, que me ajudava a encontrar uma saída segura. Daí nasceu o primeiro esboço do livro, que uni à ideia da metáfora da Libélula. Queria escrever sobre depressão, também por conta de uma problema familiar, e o sonho foi o pontapé inicial para colocar esse desejo em prática.

CdL: Como todo autor nacional suponho que tenha enfrentado obstáculos até  aceitação do original do livro, se sim, conte-nos um pouco. Teve algum momento que pensou em desistir?

Juliana: Em alguns momento me senti bem desanimada sim. Principalmente quando recebia os e-mails com as negativas. Contudo eu jamais pensei em desistir. Sentia algo dentro de mim insistindo em me fazer acreditar, e depois disso passei a dizer que a fé que me motiva, em tudo, está além das minhas forças. Ela surge naturalmente. Acho que todos que tem um sonho não devem duvidar de que conseguirão, e seguir adiante apesar dos eventuais desânimos.

CdL: Você tem algo em comum com a Vanessa?

Juliana: Tenho mais diferenciais dela do que coisas em comum. A Vanessa é fechada e quieta, e eu sou transparente e afetuosa. O que nós temos em comum é a forma que encontramos para lidar com a Vilã Cinzenta – através da criatividade. Enquanto ela cria músicas, eu crio textos, e através dele encontro armas contra meus fantasmas.

CdL: Sobre a Valéria, você acredita que existam muitas pessoas como ela? Foi difícil criar esse personagem tão odiado?

Juliana: Eu acredito que sim. Pode parecer meio fantasioso, olhando para uma pessoa tão má para com a própria filha, mas realmente existem mulheres assim. Um dia, esperando ônibus numa rodoviária, vi uma mãe dizer coisas terríveis ao filho de dois anos de idade. Coisas terríveis como a que a Valéria diz da Vanessa, e isso me marcou muito. Já tinha criado a Valéria, e tive certeza que ela poderia ser real ao presenciar aquela cena.

Sobre ser difícil, foi muito. Meu desejo de promover uma mudança dela era muito grande, mas tive que ser firme e bater vários papos com ela, como faço com todos os meus personagens. E sobre ela ser odiada... Eu não esperava que taaaanto!!


CdL: Qual foi sua intenção em abordar sobre a depressão? Que mensagem gostaria de passar ao leitor?

Juliana: Queria que as pessoas sentissem na pele o que os que tem depressão sentem. Que parassem de achar que certas coisas são frescura, e pudesse ajuda-las melhor, amá-las mais. Já para os depressivos, quero que se sintam acompanhados, e que percebam que, o que quer que estejam passando, sempre haverá uma saída.

CdL: O que você costuma fazer nas suas horas vagas, além de escrever?

Juliana: LEEEEEER!! Coisa que mais amo no mundo!

Passo bastante tempo com meu namorado, e com minha família também. Ah, não posso esquecer dos meus cachorrinhos...


CdL: O que todo mundo deveria saber sobre Juliana Daglio?

Juliana: Que ela pode até ter uma carinha de delicada e frágil, mas que há uma pessoa que, apesar de sensível, guarda muita força e fé, e que seu sonho é poder mudar um pouquinho o mundo para melhor, mesmo que seja num espacinho pequeno.

CdL: O que te levou a escolher ser psicóloga?

Juliana: Justamente esse desejo de mudar um pouquinho o mundo. Já me deparei com tanta gente vivendo nas trevas sem encontrar a luz, e eu mesma já estive lá... Gostaria de poder aprender mais a cada dia sobre a alma humana, para ser uma mão a guiar alguém para a luz. Acho que psicologia é uma profissão de amor e acima de tudo de compreensão da dor. É uma missão maravilhosa.

CdL: Um livro, um autor, uma frase:

Juliana: A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak.

“E quando o outro, é muito mais do que um?”


CdL: Juliana por Juliana:

Juliana: Sempre em frente; fé, força e amor como direção.

Valorizo os momentos cinzentos como uma oportunidade de repensar minha vida, minhas atitudes, mas procuro sorrir mesmo nesses momentos. 


CdL: Agora vem as perguntas rapidinhas onde você me reponde com uma só palavra:

Um sonho: Best Seller.

Um medo: Solidão.

Amor: Armadura.

Família: Tudo.

Paixão: Livros.

Futuro: Incerto.

Agora o momento que todos esperavam. A entrevista com a pianista Vanessa dos Santos.


CdL: Olá Vanessa. Você foi uma criança muito introspectiva, você acha que isso contribuiu para sua aproximação com a música? O que a música significa pra você?
Vanessa: A música sempre foi minha melhor amiga.
Desde pequena podia ouvir os sons e decifrá-los, algo que sentia como natural de inicio, mas quando percebi o alarde das pessoas ao meu redor, percebi que era diferente.
Nem todos aceitaram bem meu dom. Acho que por isso resolvi me fechar num mundo onde a música era minha companheira. Parecia mais seguro ficar ali, só eu e ela... O problema, era que sempre surgia aquela companhia... Mas não gosto muito de falar nela.
A música é tudo para mim. Não sei o que faria se me tirassem o direito de tocar meu piano...
 
CdL: Sabemos que você evita lembrar-se do passado, mas há algo de bom que você costuma lembrar-se de sua infância?

Vanessa: A maioria de minhas boas lembranças estão meio borradas pelo efeito cinzento que permeia todo meu passado. Meu único momento de plena felicidade foi naquela tarde do lago, onde me encontrei com a Libélula. Ela me inspirou coisas boas, coisas com as quais não estava acostumada.
Pena que nunca mais poderei voltar àquele lago.


CdL: Agora uma pergunta muito importante, e um pouco incômoda. Do que você tem mais medo Vanessa?

Vanessa: Daquela casa na qual tudo aconteceu. Tenho medo do que ela pode me fazer lembrar.

CdL: E a libélula? O que ela simboliza na sua vida?

Vanessa: Eu não sei ao certo por que me encantei tanto por ela. Penso na Libélula como um ser tão independente e despreocupado da vida. Ela é linda sem se importar com o mundo.
Minha tia Lorena me diz que ela é um símbolo da minha força interior, cuja eu desconheço, pois prefiro pensar somente no presente onde estou mais segura. Ela me disse que quando olhasse para a Libélula que me deu de presente, o pingente, eu deveria lembrar que não preciso de nada para ser forte. Que tenho a mim mesma.
Resta saber se ela tem razão...

CdL: Se você pudesse escolher ter outra vida, o que você viveria e seria? Ou não mudaria nada?
Vanessa: Eu mudaria uma coisa no meu passado. Traria meu irmão de volta, faria de tudo para evitar... É muito difícil falar nisso...
Creio que se eu pudesse ter outra vida, eu escolheria ser uma libélula.
CdL: Obrigada Vanessa. Foi muito bom conversar com você e desejamos muitos momentos felizes na parte dois do livro.

Vanessa: Obrigada, Sabrina. Desculpa se fui evasiva. A Juliana me contou que você foi muito acolhedora com os meus problemas, e espero não tê-la assustado demais com a Vilã Cinzenta.
Sinto muito pelas aflições do primeiro livro, mas se puder esperar um pouquinho, a metáfora da libélula ainda não foi completada.
Lembre-se da escadinha ao final do prólogo. Ainda falta algumas etapas.


É isso pessoal, não posso fazer muitas perguntas pra Vanessa, pois sei que ela não gosta muito... rs. Fui até ousada demais com ela perguntando certas coisas. Mas quero agradecer a presença de Juliana no nosso blog que deixa um pouquinho de seu encanto aqui conosco. Beijos Ju.

Pra quem quiser conferir mais do trabalho da Juliana, vou deixar aí embaixo, só clicar no título. Beijos da Sa.

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1 comentários:

  1. Muito legal a entrevista Sa.... acho muito criativo a entrevista com personagens!!! Parabéns a você a a Ju que criou uma personagem tão forte. bjs

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